Manual sobre como identificar e denunciar abusos sexuais contra crianças distribuído nas escolas

Manual sobre como identificar e denunciar abusos sexuais contra crianças distribuído nas escolas
Escolas Maia

O manual, que se chama “Princípios básicos para a prevenção da violência sexual contra crianças: conhecer, identificar e agir”, é apresentado publicamente, esta quinta-feira, no âmbito das “II Jornadas sobre Violência Sexual”, em Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, Ângelo Fernandes explicou que se trata de “um esforço da associação Quebrar o Silêncio para contribuir para a prevenção da violência sexual contra as crianças”.

“Ao longo das duas sessões de formação que fomos fazendo com profissionais, percebemos que ainda existe muita desinformação sobre estes temas e sobre o que é a violência sexual contra crianças, qual é o impacto, as consequências, porque é que as crianças não partilham as suas experiências”, apontou o responsável.

Por esse motivo, disse Ângelo Fernandes, a associação entendeu que “seria prematuro e até perigoso trabalhar a prevenção nas escolas, quando os profissionais não têm os princípios básicos”.

De acordo com o responsável, o guia destina-se a “qualquer profissional que, no exercício da sua profissão, lide com crianças e jovens”, sejam docentes, assistentes operacionais ou “qualquer pessoa que trabalhe nas escolas” ou tenha contacto com esta população, defendendo que “é fundamental que tenha este conhecimento”.

Ângelo Fernandes disse que, uma vez que estão em causa crimes de natureza pública, há uma dimensão de responsabilidade profissional para quem trabalha com crianças, que torna “a denúncia obrigatória um dever”.

O presidente da Quebrar o Silêncio, uma associação que nasceu para apoiar homens vítimas de abuso sexual, adiantou que muitos destes profissionais não só desconhecem que estes crimes são de natureza pública, como também manifestaram não saber o que fazer se tiverem suspeitas de que alguma criança ou jovem tenha sido vítima.

O presidente da Quebrar o Silêncio salientou que o apoio do Ministério da Educação “é fundamental”, já que “as crianças passam a maior parte do seu tempo nas escolas”, o que justifica a importância e a necessidade de capacitar quem lá trabalha.

Além da apresentação pública e da distribuição que será feita pelas escolas, o guia está também disponível para “download” gratuito na página de internet da associação.

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