Maia é um “produto da Democracia”, afirma arquiteto João Paulo Rapagão

Mário Neves, Conceição Melo, Tomás Allen e João Paulo Rapagão (Foto © A. Santos)

A Área de Reabilitação Urbana (ARU) do centro da Maia motivou um encontro esta manhã nos Paços do Concelho sobre a coesão social do território.

A autarquia tem vindo a organizar ações de sensibilização acerca destas áreas de reabilitação no concelho da Maia, que estão sujeitas a benefícios fiscais no sentido da reabilitação de edificado.

Para abordar o tema, realizou-se a 2ª sessão do ciclo de conferências “A ARU do centro da Cidade da Maia e o seu contributo para o reforço da coesão social no território”. A autarquia maiata convidou como oradores: Mário Nuno Neves, vereador do Planeamento Territorial da Câmara Municipal da Maia; João Paulo Rapagão, arquiteto especialista em reabilitação urbana; e Conceição Melo, presidente do Conselho Diretivo Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos. Tomás Allen, arquiteto especialista em mobilidade urbana, foi o moderador nesta iniciativa.

O arquiteto João Paulo Rapagão analisou a Maia como “um produto da Democracia”. E explicou que concelho soube reinventar-se nos finais da década de 70 do século passado, numa resposta à pressão habitacional na cidade do Porto e consequente desequilíbrio de construção nos concelhos envolventes. Remando contra a maré, a “Maia criou uma nova centralidade – ao contrário de Matosinhos que é uma continuidade natural do Porto, a Maia soube gerar autonomia”.

A estratégia incidiu numa aposta na edificação de “património”: “a Maia passa a entender a arquitetura como património”, pelo que “sem património relevante decide produzi-lo e fabricá-lo a partir de então e entende essa arquitetura como bem-vinda, capaz de agregar, estabilizar e qualificar o território”, referiu o arquiteto João Paulo Rapagão.

Este especialista sublinhou que “sem a instauração do poder local, fruto da Democracia em Portugal após o 25 de abril, esta estratégia não teria sido possível”, concluiu Rapagão, enfatizando assim o papel da Democracia no desenvolvimento do ordenamento do território da Maia.

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