Maia apresentou primeira fatura de resíduos do sistema “Recicle Mais Pague Menos”

Foto: A Santos

Na Maia foi assinalada hoje a tiragem da primeira fatura no país pelo sistema PAYT (Pay As You Throw) do programa ‘Recicle Mais Pague Menos’.

Nesta nova fatura, o cálculo da Tarifa do Serviço de Gestão de Resíduos Urbanos é indexado à produção de resíduos e não ao consumo de água.

O novo modelo tarifário designado “Recicle Mais Pague Menos” é assim mais justo, na medida em que os cidadãos irão pagar a tarifa apenas pelos resíduos que produzem, bem como serão incentivados a separar os materiais destinados à reciclagem, por via da diminuição do lixo indiferenciado recolhido.

Assim, os maiatos só pagarão a fatura de resíduos indiferenciados que entreguem na recolha, sendo que os resíduos recicláveis (como vidro, papel e embalagens/plástico) não serão taxados.

 

“um sistema mais justo e equilibrado”

 

 

De acordo com o presidente da Câmara da Maia este é “um sistema mais justo e equilibrado”, tendo Silva Tiago explicado que a fatura de resíduos contemplará ainda uma tarifa fixa, que diz respeito à disponibilidade do serviço e que a tarifa estará ligada ao “volume de resíduos indiferenciados recolhidos em cada habitação”.

A primeira fatura para pagamento irá chegar a casa de cerca de 30 mil habitantes maiatos (11.300 habitações) no final deste mês ou início de março.

Desde maio de 2021 até agora, o sistema piloto de ‘Recicle Mais Pague Menos’ esteve em monitorização, inicialmente, em 3.500 moradias até se estender, no final do ano, a 11.300 habitações. Os residentes recebiam em casa a fatura normal da água ainda incluindo a recolha de resíduos indexada, que era a fatura efetiva para pagamento. No entanto, os munícipes recebiam dentro do envelope uma fatura de monitorização, de caráter informativo, relativa apenas ao serviço de recolha de resíduos, que proporcionava um guia para que pudessem ajustar os seus hábitos de reciclagem, comparando com a conta a pagar.

Finalmente, o sistema PAYT e o programa ‘Recicle Mais Pague Menos’ (P+R-) da autarquia maiata, através da empresa municipal Maiambiente, entra na fase de aplicação efetiva, pelo menos, para estas 11.300 habitações e 30 mil habitantes. De acordo com Silva Tiago, prevê-se que ainda este ano o programa se estenda a todas as moradias da Maia.

 

Silva Tiago enalteceu “forma determinada como a população maiata aderiu aos programas”

 

O edil sublinhou que o programa está agora a ser implementado – e com o sucesso expectável aquando do seu lançamento -, resultando de décadas de trabalho, que apostou na educação ambiental e em novos modelos de aprovação da construção de edifícios. Uma coisa é certa, frisou Silva Tiago, este sistema só foi possível implementar graças ao empenho e à “forma determinada como a população maiata aderiu aos programas” propostos pelo município nesta área da sustentabilidade.

Silva Tiago concluiu afirmando que “a Maia dá hoje um passo histórico rumo à sustentabilidade integral”.

 

Estiveram ainda presentes na cerimónia de apresentação da primeira fatura P+R- a vereadora do Ambiente, Marta Peneda, Helena Lopes, coordenadora do projeto P+R-, bem como Pedro Sousa, da Quercus, e André Regueiro, da DECO.

 

 

Maia está de parabéns por “tornar uma utopia em realidade” – Quercus

 

 

O presidente da Quercus afirmou que a Maia está de parabéns por “tornar uma utopia em realidade”. Já o responsável pela Delegação Norte da DECO elogiou o município e a Maiambiente por terem tido a “audácia” de serem pioneiros na implementação deste modelo, que é defendido há anos pela Associação de Defesa do Consumidor. Salientou que os munícipes sentir-se-ão “mais envolvidos na respetiva contribuição para a redução de resíduos”.

O presidente do Conselho de Administração da Maiambiente, Paulo Ramalho, sublinhou o enorme empenho de todos os recursos humanos da Câmara e da empresa municipal na implementação deste novo modelo, que se situa ao nível de países avançados nesta matéria, tais como a França e Itália. A Maia tornou-se neste contexto um exemplo de âmbito ibérico, com um modelo inédito que está a ser alvo de observação por parte de outras regiões espalhadas pelo mundo, incluindo um município da Malásia, que está interessado em replicar o projeto.

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