A Inspeção-Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT) mandou parar as obras nos passadiços na Reserva Ornitológica de Mindelo (ROM). Em causa está uma denúncia da Associação Pé Ante Pé (APAP), onde os ambientalistas garantem que a obra vai destruir a duna secundária e muitos dos charcos onde nidificam os anfíbios.
Em 2018, a erosão e o inverno destruíram parte dos passadiços, entre Árvore e Mindelo. Na altura, a autarquia ainda liderada por Elisa Ferraz já dizia que a solução seria o recuo dos passadiços. A APAP protestou e a obra acabou por não acontecer.
Em dezembro de 2022, o mar voltou a subir e invadiu a foz da ribeira de Silvares e destruiu a duna, num local próximo, em Mindelo.
A autarquia de Vítor Costa, decidiu preparar uma “intervenção de fundo”. O concurso foi lançado a 02 de novembro de 2023 e a obra, orçada em 588 mil euros, foi adjudicada. Os passadiços recuariam entre 100 a 150 metros para terra, entre Árvore e Mindelo e os restantes, sete quilómetros de costa, até Labruge, seriam reparados.
A associação Pé Ante Pé garante que tentou sensibilizar a autarquia para o facto de por baixo da futura estrutura ficar a única duna secundária que existe no concelho, o que seria uma perda irreparável para a biodiversidade.
A Câmara não recuou e os ambientalistas queixaram-se a várias entidades superiores.
A IGAMAOT não teve dúvidas e mandou parar a obra, iniciada em abril.