Milton Gomes, de 40 anos, foi condenado a 21 anos de prisão depois de ter raptado e violado menores, que aliciou à porta de diferentes instituições de ensino. A juíza responsável pelo processo garantiu que, em mais de duas décadas de carreira, nunca tinha visto crimes tão graves.
O Jornal de Notícias recorda que o primeiro crime foi cometido a 09 de fevereiro de 2023, quando Milton Gomes estacionou o carro junto a uma escola na Póvoa de Varzim. Prometeu 20€ a um rapaz para este entrar na viatura, mas ele recusou. Foi agarrado pelo pedófilo, que lhe apontou uma réplica de pistola, mas conseguiu fugir.
Depois disto, atacou um aluno do 6.º ano de uma escola em Vila do Conde. O rapaz de 12 anos entrou no carro depois de Milton Gomes lhe dizer que andava à procura de dois alunos que teriam ameaçado o filho, tendo pedido ajuda para os localizar. Com a viatura em andamento, apontou-lhe a arma falsa e vendou-o.
O menor foi obrigado a dirigir-se para o banco traseiro, onde teve de se despir e onde foi forçado a atos sexuais ao longo de 50 minutos e acabou abandonado num local ermo, perto da sua habitação.
Num terceiro caso, o rapto durou cinco horas. Milton Gomes tinha sempre a mesma estratégia e filmava e fotografava os atos sexuais, ameaçando revelar as imagens se as vítimas contassem a alguém. A Polícia Judiciária encontrou as imagens no telemóvel do pedófilo.
“Não fosse a sua confissão, teria sido condenado à pena máxima”, garantiu a juíza do Tribunal de Matosinhos, citada pelo JN. Milton Gomes foi acusado de crimes de rapto, abuso sexual de criança, pornografia de menores e ameaça. Acabou por ser condenado a 21 anos de prisão.
O pedófilo encontrava-se em liberdade condicional, depois de ter sido condenado a 20 anos de cadeia por roubos e agressões. Durante o julgamento, referiu a vida complexa que teve, dizendo ter sido violado pela mãe aos cinco anos e retirado da família no ano seguinte. Terá andado de instituição em instituição.
Quando foi libertado condicionalmente, foi viver com uma irmã em Vila do Conde.
Milton Gomes foi ainda condenado a pagar dez mil euros de indemnização aos dois jovens violados e cinco mil euros ao que conseguiu fugir. “As vítimas ficaram sem sair de casa durante muito tempo e uma teve de mudar de país para conseguir ir à escola”, conta a juíza ao mesmo jornal.