O cinema “intenso, poético, vibrante” da realizadora irlandesa Lynne Ramsay estará em retrospetiva em julho, no Festival Curtas de Vila do Conde, que anunciou hoje também os filmes em competição desta 29.ª edição.
O festival decorrerá de 16 a 25 de julho, com a previsão de sessões de cinema em sala, contando com os “horários alargados anunciados para a nova fase do desconfinamento”, e terá também programação em modelo VoD (‘video on demand’) e noutros locais do país, para “alargar o seu público a nível nacional e internacional”.
Da programação hoje anunciada, a direção do Curtas revela que dedicará uma retrospetiva à realizadora Lynne Ramsay, que estará presente em Vila do Conde. Embora pouco extensa, a filmografia da cineasta é “um portento inesquecível, repleto de momentos e imagens que ecoam no tempo e ficam na memória”.
Dela serão mostradas as primeiras ‘curtas’ de carreira, nomeadamente “Small Deaths” (1996), premiada em Cannes, e “Kill the day” (2000), distinguido em Clermont-Ferrand, e também as ‘longas’, como “O Romance de Morven Callar” (2002) e “Temos de falar sobre Kevin” (2011).
As competições internacional e experimental do Curtas de Vila do Conde contarão com 51 filmes de 24 países, entre documentário, ficção e animação.
A organização destaca a seleção de filmes de Ana Elena Tejera, Virpi Suutari, Georges Schwizgebel, Bárbara Wagner e Benjamin de Burca e Guy Maddin, e aponta outras estreias nacionais, nomeadamente “Quattro Strade”, filme-diário de Alice Rohrwacher, sobre o primeiro confinamento geral em Itália, em 2020.
Em Vila do Conde será também mostrado “Night for Day”, de Emily Wardill, a partir de entrevistas à médica Isabel do Carmo, “revolucionária da resistência contra o regime fascista em Portugal”, e outros seis filmes portugueses, de Sandro Aguilar, Lúcia Prancha, Pedro Maia, Margarida Albino, Kate Saragaço-Gomes e Helena Gouveia Monteiro.
Anteriormente, a direção do Curtas tinha já anunciado que, nas secções não competitivas, daria atenção ao cinema de quatro realizadores: o português Jorge Jácome, os iranianos Ali Asgari e Farnoosh Samadi, e a grega Jacqueline Lentzou.
São quatro cineastas de uma nova geração, “cujo trabalho revela uma abordagem contemporânea e vanguardista, pontualmente disruptiva, que atravessa as fronteiras dos géneros e ousa experimentar os limites da linguagem cinematográfica”, garante a organização do festival.