Falta sangue nos hospitais e “há risco real de cancelamento de cirurgias”

A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) alerta para a necessidade de mobilização urgente dos dadores de Sangue com vista a evitar a falta de sangue nos hospitais.

O presidente, Alberto Mota, dá conta que “os grupos A-, B-, O+ e O- estão a entrar em níveis de alguma preocupação”.

“E temos relatos de alguns hospitais que já estão a diminuir a sua atividade, devido à diminuição das dádivas. E constatamos que há centros de sangue, em Lisboa e no Porto, que estão com alguns problemas em fazer colheitas de sangue, por falta de pessoal”, assinala.

Em comunicado, a federação reporta-se à última informação disponibilizada pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), datada de finais de dezembro de 2022, que dava já conta de reservas limitadas em diversos grupos sanguíneos, designadamente A-, B-, O+ e O-, lembrando que “o mês de janeiro é historicamente um mês de diminuição muito significativa das dádivas”.

“Uma diminuição que é devida a diversos fatores circunstanciais há muito identificados: ligados aos feriados, pontes, época festiva do Natal e do início do ano durante o mês de dezembro que lhe antecede. Gripes, infeções respiratórias e outras doenças são outros fatores relevantes que provocam também uma diminuição da disponibilidade por parte dos dadores benévolos de sangue”, lê-se no documento.

De acordo com o presidente da direção da FEPODABES, verificam-se “atualmente todas as condições para a ocorrência da ‘tempestade perfeita’ para uma falta de sangue de proporções verdadeiramente históricas e preocupantes”.

Em declarações à Renascença, Alberto Mota diz mesmo que têm chegado à federação “relatos preocupantes, existindo o risco real de cancelamento de cirurgias devido à escassez de sangue”.

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