Deputados do PCP questionam governo sobre demora do novo medicamento para doentes de Paramiloidose

O Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República vem defender os doentes de Paramiloidose (doença dos pezinhos) ao apresentar um requerimento ao governo, solicitando urgência na administração do “melhor medicamento possível”.

O requerimento foi assinado pela líder do grupo parlamentar do PCP, Paula Santos, e pelo deputado maiato Alfredo Maia.

Na introdução é recordado que o partido esteve na linha da frente na luta para que estes doentes, em maior número nas comunidades de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, «tivessem acesso ao TAFAMIDIS. Apesar da resistência do então Governo PSD/CDS, a luta do PCP e dos utentes determinou o acesso a este medicamento.»

Agora a reivindicação atinge outro nível, no âmbito dos medicamentos, já que, explica o PCP no requerimento, «se o TAFASMIDIS ajudou os utentes a diminuir a progressão da doença, hoje o PATISIRAN ajuda a estancar e inibir a doença», além de que decorre no Infarmed «há mais de dois anos um processo negocial com vista a introduzir um novo medicamento – o AMUUTTRA (vutrisinan) – que, tendo os efeitos semelhantes ao PATISIRAN, é um injetável que é ministrado somente de três em três meses – ao contrário do PATISIRAN, que exige tratamento de três em três semanas com longas sessões de tratamento intravenoso.»

Por outro lado, o SNS não tem um critério uniforme de tratamentos em todo o país, aponta o PCP, que, citando uma reportagem da RTP, indica que «a norte, nomeadamente no centro hospitalar Santo António, este medicamento apenas é ministrado quando a doença se encontra em estado avançado de progressão – estádio 2. Refere a peça jornalística que tal critério não é utilizado no centro de referência Hospitalar a sul do país.

Ora, ministrar este medicamento apenas quando os doentes atingem o estádio 2 significa condená-los a viverem com mazelas graves que degradam as suas condições de saúde e de
vida.»

O Grupo Parlamentar do PCP entende que «os preços praticados pela indústria farmacêutica são obscenos, principalmente quando são resultado da investigação feita por  universidades públicas».

Os deputados comunistas questionam o Ministério da Saúde com três perguntas:

«1- Que razões existem para um tratamento diferenciado dos doentes com Paramiloidose em função da área geográfica a que pertencem?
2 – Por que razão dura há mais de dois anos o processo negocial com vista a introdução do Vutrisinan no SNS?
3 – Que medidas vai o Governo tomar para, com urgência, encerrar o processo negocial com vista à introdução do melhor medicamento possível para estes doentes?»

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