CRIDO prepara primeiros recintos exteriores para pré-libertação de ouriços à natureza

Tiago Vieira e Clarisse Rodrigues são os principais responsáveis pelo CRIDO e associação Amigos Picudos (Foto: Angélica Santos)

Depois de um ano de instalação do Centro de Recuperação e Interpretação do Ouriço – CRIDO, da associação Amigos Picudos, da Maia, este ano, há inovações na sua atividade de defesa desta espécie autóctone. A colocação de ‘microchips’ nos animais e a preparação de recintos exteriores para inaugurar em breve são as novidades.

Clarisse Rodrigues, da Amigos Picudos, adianta que muito em breve o CRIDO vai contar com espaços externos para pré-libertação dos ouriços na vida selvagem ou para albergar os animais irrecuperáveis.

“A Câmara da Maia cedeu-nos um terreno de 100 metros quadrados e já estamos a fazer as obras para implementar 12 recintos de permanência dos ouriços. Dois desses recintos vão ter uma área de 2×3 metros, para albergar o Rojão e o Piquinhos, os dois ouriços com dificuldades motoras, já que ambos têm falta de uma pata”, afirma Clarisse Rodrigues.

O contrato, por questões de proteção e segurança dos animais a instalar no local, estipula que a localização do terreno não deverá ser divulgada. O certo é que em breve vai estar disponível e o CRIDO poderá estender a sua atividade também no exterior, saindo da sua sede, localizada no bairro Jardins do Sobreiro, também numa parceria com a autarquia maiata.

Esta área exterior é muito importante, como explica a dirigente da associação que administra o CRIDO, porque servirá para abrigar um ouriço, que já recuperado de algum problema físico e sem protocolo ainda de retorno à natureza, não necessite de ocupar um espaço de hospitalização na sede. Os recintos exteriores poderão servir como uma pré-libertação do animal à vida selvagem.

O CRIDO é o único centro de recuperação para fauna selvagem na Península Ibérica, inteiramente vocacionado para a reabilitação de ouriços autóctones, o Ouriço europeu.

Outra inovação implementada pelo CRIDO este ano é a colocação de ‘microchips’ nos ouriços recuperados e devolvidos à natureza. Clarisse Rodrigues refere que não era um procedimento comum nos ouriços, mas é bastante útil para “estudos de população” e que está a ser aplicada em coordenação com outros centros de estudos da Europa.

‘Oreo’ é residente no CRIDO. Problemas neurológicos impedem que seja devolvido à vida selvagem (Foto: Angélica Santos)
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