Covid-19: Farmácias e laboratórios sem mãos a medir para responder à corrida aos testes

Farmacêuticos do SNS voltam hoje à greve

Farmácias e laboratórios estão sem mãos a medir para responder à procura por parte da população do rastreio à covid-19, tendo alguns duplicado o número de testes realizados diariamente, desde quarta-feira, quando entraram em vigor as novas medidas.

Cerca da 08:00, a fila já era longa à porta da farmácia União, na Estrada de Benfica, em Lisboa, que está a funcionar em regime ‘casa aberta’, conforme indica um pequeno cartaz colocado à porta com a informação “Testes à covid-19. Aguarde pela sua vez”.

Desde que foram conhecidas as novas medidas para conter a propagação do vírus SARS-CoV-2, como a obrigatoriedades de apresentar um teste negativo, mesmo para pessoas vacinadas, para viajar, entrar em lares e grandes eventos culturais ou desportivos, tem sido “um caos na farmácia”, contou à Lusa o seu responsável, António Monteiro.

“Tem sido o caos desde que foram conhecidas as novas medidas (…). As pessoas já por antecipação foram acorrendo à farmácia com mais assiduidade para fazer a testagem, uma situação que começou nos últimos dias de novembro”, disse António Monteiro.

Os últimos dias têm sido marcados por longas filas à porta da farmácia que está a realizar diariamente 200 testes rápidos de antigénio (TRAg), com uma taxa de positividade a rondar os 3%, 4%, dentro da “média nacional”.

Isto porque, além da testagem, a farmácia continua a atender “todos os utentes com as suas doenças crónicas” e está a decorrer a vacinação contra a gripe, elucidou, notando que também há limitações ao número de pessoas que podem estar dentro do estabelecimento por questões de segurança.

A afluência aos laboratórios de análises clínicas Germano de Sousa também aumentou desde a passada semana, com dezenas de pessoas a aguardar hoje de manhã no Centro de Medicina Laboratorial, em Lisboa, para realizar o teste.

“No fim da semana passada e no começo desta semana começámos quase duplicar a procura dos testes quer PCR quer TRAg e neste momento passámos dos cerca de 3.000 testes para mais de 6.000 mil testes por dia”, disse à Lusa Germano de Sousa, proprietário da rede de laboratórios.

Mas estes números ainda estão muito longe dos alcançados em janeiro deste ano, no pico da pandemia, em que os laboratórios chegaram a fazer entre 15 a 16 mil testes por dia.

“Para nós, isto é um número relativamente pequeno, mas seja como for duplicou a procura”, salientou o médico patologista, revelando que a positividade dos testes PCR é de cerca de 8% e dos TRAg de cerca de 2%, o que disse ser “compreensível dada a sensibilidade muitíssimo maior dos testes PCR”.

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