O Fórum da Maia recebeu ontem a Conferência Internacional de Coberturas Verdes Maia’23, numa organização em parceria da autarquia da Maia e da LandLab. No encontro, o segundo internacional a ter lugar na Maia, após 10 anos, houve ocasião para a exposição de vários casos de sucesso em vários pontos do país e da Europa. A vereadora do Ambiente, Marta Peneda, adiantou que o município prepara regulamentação orientada para a “possibilidade da obrigatoriedade de instalação de coberturas e fachadas verdes em todos os edifícios”.
Na abertura, coube a Marta Peneda, vereadora do Ambiente da Câmara da Maia, salientar a importância e “potencial ecológico” das coberturas verdes na construção e crescimento das cidades. Acima de tudo, salientou a vereadora, “é fundamental pensar nas coberturas verdes como um importante instrumento de que dispomos para fazer face à maior ameaça atual que enfrentamos com as alterações climáticas”.
A Maia tem vindo a fazer um percurso sustentado, nos últimos 10 anos, de preparação para integrar este tipo de estruturas no desenvolvimento da cidade como algo normal, considerando Marta Peneda que se torna cada vez mais urgente “provocar” o futuro.
E adianta que “da mesma maneira que há 20 anos, obrigámos à construção de prédios com casas de resíduos, estamos agora a rever os nossos regulamentos, precisamente com vista a alavancar esta nossa estratégia para o desenvolvimento sustentável”. De acordo com a vereadora do Ambiente, destaca-se “destas propostas, precisamente a possibilidade da obrigatoriedade de instalação de coberturas e fachadas verdes em todos os edifícios com exceção dos destinados à habitação unifamiliar (por razões óbvias) e daqueles em que tecnicamente não seja viável – sombra, etc) com a consequente redução de taxas municipais, em todas as operações que implementem estas medidas”.
A autarquia da Maia poderá ir mais longe, avança Marta Peneda, com a “possibilidade de introduzirmos uma fórmula de cálculo para a taxa do IMI e do IMT em função do certificado energético, bem como a concessão de benefícios para os projetos que integrem soluções de retenção, armazenamento e utilização de águas pluviais”.
Questionada, após a sua intervenção, sobre o horizonte de aplicação destas medidas, a vereadora não compromete qualquer prazo, mas afirma que gostaria de “daqui a 10 anos”, quem sabe em nova Conferência Internacional, “possamos aqui estar a fazer o balanço desta e de outras medidas”.
A Câmara da Maia tem vindo a promover a conversão de atuais coberturas tradicionais de edifícios municipais em coberturas verdes, de que é exemplo a cobertura do Fórum da Maia, que todos os participantes puderam visitar, mas também tem optado pela “construção de novos edifícios públicos com coberturas verdes”, lembrou Marta Peneda.
Os exemplos apresentados foram diversos, tendo sido divulgada a mensagem de que, efetivamente, e como explicou Marta Peneda, “as coberturas verdes são uma solução eficaz para melhorar a qualidade do ar, conservar a energia, mitigar o impacto das mudanças climáticas e criar espaços urbanos mais saudáveis”.