Ao estreante Francisco Rocha, na véspera, juntaram-se, esta terça-feira, Nuno Borges, João Sousa, Henrique Rocha e Jaime Faria, que estabeleceram em cinco o número de representantes portugueses na segunda ronda do Maia Open em ano de promoção (ATP Challenger 100) da prova organizada pela Federação Portuguesa de Ténis e pela Câmara Municipal da Maia, entre 26 de novembro e 3 de dezembro.

De volta a casa e também à terra batida, superfície que já não pisava desde Roland-Garros, Nuno Borges (78.º classificado no ranking ATP) contou com o apoio do público para superar o egípcio Mohamed Safwat (359.º e ex-130.º) por 6-4 e 7-6(5).

O encontro colocou frente a frente o primeiro e o último jogadores com entrada direta no quadro principal, mas apesar dos quase 300 degraus de distância na hierarquia foi equilibrado até ao fim.

Estou muito contente porque o principal objetivo era ganhar. Sabia que não ia ser o meu melhor encontro porque venho de muitos torneios em piso rápido e foi nessa superfície que passei o ano quase todo, mas mesmo assim estava à espera de um bocadinho mais”, reconheceu Borges na conferência de imprensa.

A competir pela última vez num ano em que alcançou a melhor classificação (63.º em abril) e os maiores títulos (Challengers 175 e 125) da carreira, o maiato de 26 anos assumiu a missão que persegue esta semana: “Este é um título que eu ambiciono conquistar e gostava muito de o poder levantar esta semana.”

Dado o primeiro passo, o segundo será só na quinta-feira, contra o italiano Enrico Dalla Valle (288.º).

Nuno Borges foi o terceiro jogador “da casa” (apesar de atualmente integrar o Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis) a avançar para a segunda ronda, seguindo os passos de Francisco Rocha, que na véspera venceu pela primeira vez no ATP Challenger Tour, e de Henrique Rocha, o primeiro vencedor luso desta jornada.

O jovem de apenas 19 anos está a viver a temporada de afirmação no circuito profissional e esta terça-feira acrescentou-lhe mais um capítulo dourado ao assinar uma das melhores vitórias da carreira — 6-4, 6-7(5) e 6-2 sobre o italiano Alessandro Giannessi (206.º e antigo 84.º) — para vencer pela primeira vez no quadro principal deste torneio.

Perante muitos amigos e familiares que o apoiaram tal como já tinham feito com o irmão no dia anterior, Henrique Rocha garantiu a entrada no top 250 (superando a barreira de 600 lugares subidos no ranking este ano) e agendou encontro com o qualifier britânico Anton Matusevich (494.º), jogador que conhece de torneios em solo português.

Pouco depois, o colega de treinos, parceiro de pares e melhor amigo Jaime Faria acompanhou-o ao levar a melhor num choque entre portugueses. Tal como já tinha acontecido recentemente em Tavira e em Vale do Lobo, então noutro piso, o número 414 mundial confirmou o favoritismo contra Pedro Araújo (916.º) e triunfou por 6-2 e 6-3 para chegar pela terceira vez consecutiva à segunda ronda de um Challenger.

Tal como nas ocasiões anteriores, Faria voltou a servir a um bom nível e anulou sete dos nove break points que enfrentou, fazendo a diferença nesse capítulo frente a um adversário que tem precisamente nesse golpe o ponto mais fraco do seu jogo.

Em busca dos primeiros quartos de final de singulares no ATP Challenger Tour, Jaime Faria marcou encontro com uma das caras mais populares do torneio: o francês Benoit Paire (130.º e ex-18.º), responsável na véspera pelo afastamento de Duarte Vale.

O vasto grupo de tenistas portugueses apurados para a segunda ronda ficou completo com o nome de João Sousa, o único que nunca tinha disputado o torneio.

Aos 34 anos, o vimaranense estreou-se no Maia Open — organizado num complexo que conhece desde pequeno e no qual competira já este ano só que ao serviço da seleção portuguesa na Taça Davis — com um triunfo suado, por 6-3, 3-6 e 6-1, sobre o romeno Filip Cristian Jianu (329.º).

O encontro dividiu-se em três atos, com o forte apoio dos mais de 300 espetadores que preencheram as bancadas do Court Central a contribuir para o considerável e decisivo aumento de nível de Sousa no derradeiro set — em que chegou a estar em desvantagem por 0-1 e 40-0 no serviço de Jianu.

“Foi um encontro com alguns altos e baixos. Entrei bastante bem, mas perdi a concentração e esse momento prolongou-se por demasiado tempo. Não devia ter sido assim, mas felizmente no terceiro set, depois de me ver contra as cordas, decidi soltar-me e com a ajuda do público, que fez muito a diferença, consegui dar a volta a um encontro exigente contra um miúdo que joga bem”, reconheceu.

Agora segue-se o reencontro com Albert Ramos-Vinolas, espanhol que há dois meses o afastou na segunda ronda do Del Monte Lisboa Belém Open e que esta terça-feira justificou de forma muito autoritária o estatuto de segundo cabeça de série (é o 92.º do ranking) ao passar pelo primeiro campeão da prova, o eslovaco Jozef Kovalik, com os parciais de 6-4 e 6-3.

No arranque da variante de pares, Gonçalo Falcão e Tiago Pereira não conseguiram contrariar o italiano Alexander Weis e o alemão Louis Wessels e perderam por 6-4 e 6-0.

A jornada de quarta-feira começará com o aguardado duelo 100% luso entre Nuno Borges/Francisco Cabral (campeões do Maia Open duplo de 2021 e finalistas de 2022) e Pedro Araújo/Fred Gil.

Jaime Faria terá Benoit Paire pela frente a partir das 13 horas e depois será a vez de Fabio Fognini (contra o alemão Tom Gentzsch) atuar na Maia, sendo esse um dos dois encontros pendentes da primeira ronda. Francisco Rocha também irá a jogo em busca do apuramento para os quartos de final (contra o francês Maxime Janvier), mas no Court 4.

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