Autarquia da Maia avança com anteprojeto de túnel na EN14 (no centro urbano) para motivar governo a avançar em breve com a obra

Foto A Santos

Tunelizar a EN14 no centro da Cidade da Maia permitirá alargar a via para mais faixas (3/3) e dotar a superfície de um jardim público de 1 km de extensão. A Câmara avança com um anteprojeto para o túnel e espera desta forma convencer o governo a iniciar a obra a breve prazo.

A Câmara da Maia quer acabar com o impacto do atravessamento da EN14 no centro da cidade e já propôs ao governo e à Infraestruturas de Portugal (IP) a tunelização da via na área central urbana. A autarquia parte agora por sua iniciativa para o lançamento de um concurso público para a elaboração de um anteprojeto para a tunelização da EN14 entre o Nó Maia Sul (Via Periférica da Cidade da Maia, Lugar do Chantre) e o Nó do Lugar do Chiolo (Auchan).

É uma forma de agilizar um futuro projeto de construção, pois, como referiu o presidente da Câmara, Silva Tiago, “a IP queria colocar barreiras acústicas para cumprir a legislação do ruído. Assim, tivemos um gesto de inteligência de mandar fazer um anteprojeto, que está neste momento em concurso público com uma base de quase 500 mil euros. A Câmara vai fazer e pagar esse projeto e depois vai apresentar à proprietária da estrada nacional 14, que é a IP.”

O autarca maiato está convicto de que o Estado vai ser sensível a este projeto, dando conta de que já falou “com o atual ministro e com o presidente da IP” e está perfeitamente convencido de que o governo está identificado com esta realidade e que vamos certamente fazer um acordo para tunelizar a EN14 o mais urgentemente possível e, depois, vamos articular todos os acessos de entrada e de saída da EN14 para a cidade e para as vias conexas, como por exemplo, a via periférica, a linha de metroque atravessa em viaduto a EN14”.

A ideia é fazer um túnel, mas com algumas aberturas para simplificar as questões relacionadas “com a segurança, ventilação e a iluminação, portanto haverá algumas zonas que ficam abertas. E, por outro lado, na parte superior desse túnel queremos fazer também um parque linear, com um grande jardim público com cerca de 1 Km de extensão pela largura e pelas zonas de proteção que hoje a Nacional possui”, explicou o edil.

A estrada nacional 14 vai aumentar o seu “perfil transversal”, pois hoje tem “duas faixas mais uma e passará a ter três mais três, ou seja, um projeto de futuro”, sublinhou Silva Tiago que pretende que o concurso para a construção seja lançado em 2025 e a obra comece no final de 2025 ou início de 2026. “É uma obra simples que se faz num ano e meio e que deverá custar 30 a 40 milhões de euros”, frisou.

Para o autarca as obras não deverão causar muitos constrangimentos de trânsito, dado que a EN14 bifurca com a EN13 junto à estalagem Via Norte e, enquanto as obras decorrerem, explica Silva Tiago, “o trânsito poderá ser desviado pela antiga EN13, depois usar a A41 e voltar a entrar na EN14 na zona do Jumbo. Há um restabelecimento do trânsito com relativa facilidade. A obra de engenharia também é simples de fazer, não é nada de transcendente, podendo ser concretizada com rapidez”.

Quanto ao investimento, Silva Tiago ambiciona fazer esta obra “em parceria com o governo”, que é quem detém a propriedade da estrada, cujo troço a partir do Jumbo, já conta com uma variante nova, inaugurada recentemente pelo primeiro-ministro. E sublinha a ideia de que “este troço da EN14 no centro da cidade da Maia tem que ter uma solução, já que é um absurdo termos uma estrada nacional a atravessar o centro urbano, é quase a mesma coisa que se tivéssemos uma nacional a atravessar a Avenida dos Aliados, na cidade do Porto”.

O edil especificou ainda que este anteprojeto que a Câmara está a lançar vai permitir que, mais tarde, quando for aberto o concurso público para a empreitada, quem ganhar possa ficar responsável não só pela construção, mas também pela elaboração do projeto de execução.

O anteprojeto vai demorar cerca de quatro meses e, durante este período, “iremos analisar com o governo o formato posterior: ou a Câmara faz uma parceria com a IP, sendo a Câmara a construir e depois o governo a comparticipar, ou então a IP lança o concurso público e avança com a obra, comparticipando a Câmara com o que ficar definido”, explicou o autarca maiato.

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