O preço da água em Vila do Conde é “incompetência dos executivos” A entrevista a António Louro Miguel, candidato do BE (com Podcast)

 

António Louro Miguel, professor, 51 anos é o candidato do Bloco de Esquerda (BE) à presidência da Câmara Municipal de Vila do Conde.

Já foi candidato em 2017 e volta a incluir no programa enquanto prioridades, maior transparência na governação autárquica, fim da precariedade laboral na Câmara, a revisão do PDM e o fim das portagens na A-28.

Desta vez, num programa mais longo, António Louro Miguel começa por reclamar

um concelho inclusivo e sustentável”, onde todos contem, tenham igualdade de oportunidades.

O BE quer apresentar uma visão diferenciadora que procure resolver os problemas mais urgentes de Vila do Conde – “infelizmente muitos desses problemas persistem ficar por resolver e arrastam-se mandato atrás mandato”.

 

O PDM é um caso gritante de incompetência e desleixo da gestão municipal”

O Plano Diretor Municipal é um instrumento fundamental na definição da estratégia polícia municipal para o ordenamento do território “porque garante o desenvolvimento equilibrado, harmonioso…garante a igualdade entre munícipes e isso defende-os de arbitrariedades e clientelismo”, explica António Louro Miguel para logo depois lembrar que o PDM de Vila do Conde data de 1995. “Este facto explica como Vila do Conde tem sido governado, sem plano, sem estratégia, ao sabor de interesses que conflituam com o interesse público, instrumentalizando e abusando das maiorias absolutas…”, acusa o candidato bloquista.

O ambiente não está a ser respeitado, também por culpa do PDM ou da falta de regulamentação e António Louro Miguel dá vários exemplos ao longo desta entrevista, como o crescimento assinalável da urbanização nas freguesias com mar.


A segunda água mais cara no país deve-se “ à incompetência do atual e anteriores executivos”

O preço da água que, “há quatro anos estávamos um pouco isolados”, no protesto, é tema transversal em todas as candidaturas neste 2021 e o BE também tem um ponto de vista vincado quando se fala em segunda água mais cara do país: “para reparar e remendar esta injustiça, é preciso remunicipalizar o serviço”.

António Louro Miguel pensa que “este estado de coisas deve-se, naturalmente à incompetência do atual e anteriores executivos que, em vez de defenderem o superior interesse dos munícipes e garantir um serviço público de abastecimento de um bem irrenunciável e essencial à vida, demitiram-se dessa responsabilidade e favoreceram os interesses do privado”.

Políticas de Mobilidade e de Habitação Social, para o BE, não existem em Vila do Conde e “é o incumprimento de uma promessa importante”, diz António Louro Miguel, referindo-se ao plano de mobilidade que ainda não viu sair do papel. O Bloco quer o metro no centro de um eixo estruturante de mobilidade, complementado com outros modos de transporte suave.

A construção de um edifício para o Centro Hospitalar é também tema central no programa eleitoral do BE que tem planos ainda para infantários e outras obras que considera urgentes e que seriam ligadas pela rede de transportes.

Na Habitação Social, os bloquistas reclamam arrendamento para os segmentos baixo e médio da população.

os últimos quatro anos foram de grande pobreza democrática”

A juventude e a população sénior merecem mais atenção e enquanto acusa o Conselho Municipal da Juventude se estar inativo, apesar da interrupção pela pandemia, o candidato do Bloco considera que seria também necessário um Conselho Municipal Sénior.

António Louro Miguel está empenhado em chegar à vereação e em ver elementos da sua equipa na assembleia municipal e nas assembleias de freguesia, já que “os últimos quatro anos foram de grande pobreza democrática” apenas com três forças políticas representadas: NAU; PS e PSD/CDSPP.

 

 

Entrevista na íntegra (áudio):

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