Câmara da Maia comprou a emblemática Quinta do Mosteiro

Foto: Mário Santos / CMM

A Câmara Municipal da Maia já assinou a escritura da compra da Quinta do Mosteiro, na freguesia de Moreira, por um valor de cerca de 5,2 milhões de euros. “Esta operação reforça o compromisso da autarquia em preservar a identidade e memória da Maia, garantindo a salvaguarda e valorização de um património único que, em breve, deverá estar acessível à fruição pública”, informa uma nota da autarquia enviada à nossa redação.

A Quinta do Mosteiro, com uma área total de 163.927 metros quadrados, inclui vastos jardins formais, fontes, um lago e edificações agrícolas e residenciais com uma área construída de 8.233 metros quadrados.

O conjunto tem um elevado valor histórico e cultural, estando associado ao antigo Mosteiro do Divino Salvador de Moreira, fundado no ano de 872.

A propriedade, ao longo dos séculos, foi cenário de relevantes acontecimentos históricos e acolheu personalidades de renome, incluindo o Conselheiro Luís de Magalhães, figura política destacada do período final da monarquia.

Escritores e intelectuais, como Eça de Queirós, também foram frequentadores assíduos do local, que inspirou passagens literárias de grande beleza. Tendo adquirido a Quinta do Mosteiro de Moreira, esta transformou-se num local de reunião de grandes vultos das nossas letras, dado que a teia de amizades de Luís de Magalhães se estendia de Eça a Antero, de Oliveira Martins a Magalhães Lima, de Alberto Sampaio a António Feijó.

Com esta aquisição, a Câmara Municipal da Maia pretende preservar e valorizar o património histórico e arquitetónico da Quinta do Mosteiro. Já há alguns meses que Silva Tiago, presidente da Câmara da Maia manifestou à comunicação social a intenção de criar na propriedade um grande parque público de lazer, enriquecendo a rede de espaços verdes do município, aliando a natureza à ecologia.

Entretanto, o edifício poderá ser adaptado para acolher atividades culturais e de investigação, como um polo ligado ao arquivo histórico e à literatura. O objetivo passa por tornar este espaço num ponto de referência cultural e patrimonial da região, valorizando, inclusive, o Caminho de Santiago.

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