Pescadores acusam António Filipe do PCP e José Soeiro do BE de total desconhecimento do setor

 

A Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar emitiu um comunicado para lembrar que há muitos anos que a pesca enfrenta um grave problema: a falta de mão de obra e que por sua iniciativa, os pescadores, encontraram uma solução provisória para manter o setor em atividade – o recurso à mão de obra estrangeira.

Lembram que “a verdade é que não há portugueses interessados em trabalhar na pesca”.

A Pró-Maior classifica as declarações do deputado António Filipe, do PCP, e do deputado José Soeiro, do Bloco de Esquerda de “profundamente graves”. Acrescenta que “revelam total desconhecimento do setor e desconsideram o esforço de centenas de armadores que lutam diariamente para manter as suas empresas em funcionamento. É particularmente grave que estas críticas sejam dirigidas ao Norte, ofendendo a honra de uma

classe trabalhadora que faz inúmeros sacrifícios para sustentar a pesca nacional. Mais grave ainda, estas declarações demonstram a impreparação de quem deveria representar a nação no debate sobre este tema”.

A associação sente-se insultada e deixa um desafio: “Deputado António Filipe e Deputado José Soeiro, convidamo-los a sair do conforto do vosso gabinete e a visitar os portos do Norte. Vejam de perto a realidade dos nossos pescadores e compreendam os desafios que enfrentamos, e tenham a coragem de experimentar uma, apenas uma maré no mar”.

Deputado José Soeiro, apenas uma viagem bastará para que valorize os homens que insultou, difamou e cuja honra denegriu publicamente”, acrescenta, exigindo um pedido de desculpa.

Enquanto isso não acontecer, avisam, as associações representativas do setor no Norte: VIANAPESCA, APROPESCA, APPLN, AAPN e a Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, não

aceitarão receber deputados do PCP nem deputados do BE.

Em causa estão as declarações dos parlamentares, quarta-feira, no plenário, durante o debate da proposta do governo para alterar os requisitos de acesso à profissão da atividade profissional dos marítimos e as regras quanto à nacionalidade dos tripulantes a bordo dos navios ou embarcações, que foi hoje aprovada

Durante a discussão da proposta, António Filipe, do PCP, disse que se os armadores “pagassem bons salários, tinham trabalhadores nacionais e estrangeiros interessados”, recordando que esta medida contraria as restrições impostas aos imigrantes.

“Não vemos os imigrantes como uma ameaça, mas o que se pretende é alimentar um setor económico à custa de mão-de-obra barata”, afirmou.

Na mesma sessão, José Soeiro, do Bloco de Esquerda, disse, citado pelo Jornal de Notícias, que “foi completamente irresponsável acabar com as manifestações de interesse”, que permitia a regularização dos pescadores estrangeiros.

Agora é preciso que, além de regular, estes marítimos tenham condições e sejam pagos de forma digna”, acrescentou o bloquista.

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