Festas na Maia e a dificuldade de acomodar feirantes e aumento de ruído no centro da cidade

Foto J Gomes

Muitos dos agentes do comércio local e também moradores no centro da Cidade da Maia não encaram com bons olhos este período de Festas do Concelho – em honra de Nossa Senhora do Bom Despacho.

Vários lojistas e moradores já nos fizeram chegar o seu descontentamento com a forma como as festas e os vendedores ambulantes são acomodados no centro da Maia, sem que, pelo menos, haja contrapartidas de gratuitidade no estacionamento.

Tendo em conta que a maior parte dos espaços de aparcamento pago estão ocupados por vendedores das Festas de Nossa Senhora do Bom Despacho, os comerciantes locais que ouvimos consideram que a autarquia e a Polícia Municipal poderiam amenizar a aplicação das multas e, por outro lado, dar alguma contrapartida de gratuitidade de aparcamento nalgumas áreas mais próximas do centro.

Os comerciantes queixam-se que durante o dia a situação se torna insustentável quer para os próprios e os seus funcionários, quer para os clientes.

“As pessoas já sabem que há esta confusão toda e não querem arriscar andar às voltas ou até levar uma multa”, refere um dos comerciantes do centro da cidade.

Como se não bastasse, o barulho e aumenta. “Em frente à loja há sempre barulho e quase nem vale a pena abrir”. Alguns dos lojistas queixam-se, mas foram os moradores da Urbanização das Pirâmides que se queixaram à autarquia do excesso de ruído.

Houve algumas queixas de moradores da Urbanização das Pirâmides, admitiu o presidente da Câmara, Silva Tiago, ouvido pela nossa reportagem, a que designou de “algum ruído” acerca das festas. O edil explicou que, inicialmente, estava previsto localizar os divertimentos, como carrosséis, “num terreno mais a norte com acesso pela Rua António Soares Pereira”. O terreno onde costumavam ficar os equipamentos está a ser alvo de intervenção para urbanização de um privado e não pode ser utilizado.

Diz Silva Tiago: “Eu percebi esse ruído, analisei-o, refleti sobre ele e fui encontrar uma solução muito melhor, pedindo à Fundação Gramaxo para colocar os divertimentos na Quinta da Boa Vista e o acesso a ser feito pela rua junto à Igreja da Senhora do Bom Despacho”.

O ruído tem sido controlado, assegura o presidente Silva Tiago, e adianta que até “já recebeu mensagens escritas de munícipes que agradecem esta solução”, considerando-a fruto de “uma pessoa sensata e inteligente”.

Quanto aos incómodos alegados pelos comerciantes locais, o autarca refere que a “Câmara criou alguns lugares de estacionamento gratuitos no centro da cidade, mas, como é evidente, quando há uma festa ou romaria durante duas semanas não pode haver festa e sítios para estacionar no mesmo espaço. Há aí uma impossibilidade, mas as festas já existem há 300 anos, não fui eu que as inventei”.

Silva Tiago acrescenta que “aquilo que agora existe é uma maior disciplina para quem vem ocupar os espaços, deixando áreas para quem quer caminhar pelos passeios para que a cidade possa respirar e dar maior qualidade de vida”. De facto, admite, “nesta altura de festas, essa qualidade perde-se um pouco”.

Foto J Gomes
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