O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) reiterou ontem a intenção de avançar com as greves previstas para esta semana e a próxima, alegando que as propostas do Governo não vão além de um aumento salarial de 1,6%.
Em entrevista publicada pelo jornal Público, o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, prometeu uma reorganização do setor e enumerou um conjunto de medidas que o Governo tenciona desenvolver nos próximos meses, mas que para o SIM mantêm o subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Não bastam intenções, têm de se apresentar ações. A questão de fundo é o investimento”, disse à agência Lusa o presidente do SIM, Jorge Roque da Cunha.
O secretário de Estado assumiu, na entrevista, que o Governo pretende alargar a todo o país Unidades Locais de Saúde, com um novo modelo de financiamento, em função do risco clínico da população, que será subdividida em três grupos: saudáveis, doentes crónicos e casos complexos.
O governante garantiu que o orçamento da saúde vai ser o maior de sempre no próximo ano. Este ano, nas contas que apresentou, há quase 14 mil milhões de euros de despesa aprovada.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) convocou esta segunda-feira uma greve nacional para 14 e 15 de novembro, exigindo salários justos e condições de trabalho dignas para todos os médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Chegámos ao fim de agosto, 28 dias depois de a FNAM ter entregado a sua contraproposta no Ministério da Saúde relativamente às grelhas salariais, novo regime de dedicação e integração do internato médico na carreira e ainda não obtivemos resposta”, alerta a federação em comunicado.