Autarca maiato felicitou jovens “pela entrega a causas nobres, solidárias e à missão de servir o bem-comum”.
Foi ao som das duas bandas filarmónicas do concelho – Banda Marcial de Gueifães e da Banda de Música de Moreira da Maia que começaram, na Praça em frente a Câmara da Maia, as comemorações do 49.º aniversário do 25 de abril. Logo depois da atuação, na Praça Doutor José Vieira de Carvalho, foram hasteadas as bandeiras, assinalando o Dia da Liberdade, feriado nacional.
Já no Salão Nobre dos Paços do Concelho decorreu a sessão solene da Assembleia Municipal da Maia, com intervenções dos partidos com representação no órgão deliberativo. A primeira intervenção foi do presidente da Câmara Municipal da Maia.
No dia em que o país assinala 49 anos de democracia, António Silva Tiago endereça uma palavra de solidariedade para com o povo da Ucrânia “que está a pagar com a vida de muitos dos seus cidadãos, o preço da Liberdade, resistindo a uma guerra dilaceradora”.
Deixou também uma palavra de solidariedade aos mais frágeis e desprotegidos que, “em consequência da crise económica internacional, da crise energética, da inflação galopante e dos efeitos da guerra, enfrentam dificuldades sociais e económicas acrescidas”, garantido que quer ele, quer o seu executivo vão continuar a trabalhar “no sentido de ajudar a minorar as dificuldades que a conjuntura lhes impõe”.
Depois, voltou-se para os jovens da Maia, a quem deixou uma palavra especial de felicitação, “quer pela sua vontade de participar ativamente na vida da comunidade, como pela generosidade” e ímpeto com que “se entregam a causas nobres, solidárias e à missão de servir o bem-comum”.
Mas, “não posso deixar de expressar que sinto que estamos a falhar coletivamente, enquanto país, no cumprimento das suas legítimas expectativas de realização profissional e de felicidade pessoal”, lamentou António Silva Tiago.
O edil da Maia acredita que nestes 49 anos, Portugal “nunca” conseguiu convergir, em termos económicos, com os padrões europeus. Recordou que Portugal, desde sempre, ocupa os últimos lugares do desenvolvimento económico, da produtividade e do rendimento e considera que isso se deve à “crónica falta de aproveitamento da dinâmica e do talento dos jovens, para quem as nossas empresas, e o próprio Estado olha de forma negligente para esse capital humano estratégico, que desperdiçamos olimpicamente, em benefício de economias e países que os recebem de braços abertos”, justificou.
“Em Portugal somos especialistas em criar talento admirável e absolutamente incompetentes em aproveitá-lo ao serviço do desenvolvimento económico do país”.
António Silva Tiago afirma que é urgente estancar esse desperdício de talento jovem. “Esse deve ser um desígnio coletivo prioritário para Portugal e para todos, e cada um dos portugueses. Em todos eles, os nossos jovens, encontramos a esperança e a confiança num futuro de Liberdade e em Democracia”.
É pelos jovens, refere, que se exige à política e aos políticos, “um esforço patriótico”, com vista a uma definição dos “grandes desígnios estratégicos nacionais, minimizando tanto quanto possível o que nos divide e potenciando ao máximo o que nos une, para que essa esperança fique em Portugal e contribua para o futuro coletivo de confiança que todos desejamos”.
As conquistas de Abril
Na sua intervenção e perante o cenário mundial que vivemos, o presidente da Assembleia Municipal da Maia lembrou conquistas e valores como a Paz, a Liberdade, a Democracia, a Justiça, a Segurança, o Estado de Direito Democrático e os Direitos Humanos, que estão “ameaçados”. “É importante que consigamos ajudar as novas gerações a compreender que nenhuma dessas conquistas civilizacionais pode ser dada por adquirida e que é preciso continuar a pugnar pela preservação da Liberdade e da Democracia”, referiu António Bragança Fernandes.
E a melhor forma de ajudar os jovens a compreender a fragilidade dessas conquistas civilizacionais, É “inspirando-os pelo exemplo das boas práticas políticas democráticas, mas também, por um diálogo permanente sobre esses temas, para que aprendam a amar a Liberdade e a defender, a defender sempre, a Democracia, o Pluralismo e a Tolerância”.
E terminou, enviando uma palavra de “esperança e solidariedade” ao povo da Ucrânia, “que neste momento enfrenta os horrores de uma guerra dilaceradora, lutando todos os dias pela Liberdade e pela Paz”.
Bragança Fernandes não terminou sem deixar uma palavra de esperança aos maiatos que enfrentam dificuldades e carências, ou que vivem a experiência da solidão, recordando, em particular, os seniores.
Do programa fez, ainda, parte as atuações do Ensemble de Guitarras do Conservatório de Música da Maia e do Coral Infantil Municipal Pequenos Cantores da Maia, que encerrou as comemorações do 25 de Abril a interpretar o Hino de Portugal.