Mais de um terço (35,8%) dos edifícios em Portugal precisa de reparações, com 9,4% a necessitar de reparações médias e 4,6% de reparações profundas, segundo um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) apresentado esta quarta-feira. 21,8% destes edifícios necessita de reparações ligeiras.
“Dos 35,8% de edifícios que necessitavam de reparações (1 278 826 edifícios), 21,8% necessitavam de reparações ligeiras (780 126 edifícios), 9,4% de reparações médias (335 599 edifícios) e 4,6% de reparações profundas (163 101 edifícios)”, refere o estudo “O que nos dizem os Censos sobre a habitação”, apresentado na sede do INE, em Lisboa. O INE assinalou que não foram verificadas “grandes discrepâncias regionais”.
O Alentejo Central, o Baixo Alentejo e o Algarve eram as regiões que apresentavam maiores proporções de edifícios sem necessidades de reparação, com 75,1%, 71,6% e 70,7%, respetivamente. Por sua vez, a Região de Coimbra, a Região Autónoma da Madeira e a Área Metropolitana do Porto apresentavam o “parque habitacional com estado de conservação menos favorável”, por, respetivamente, 43,5%, 43% e 41,3% dos seus edifícios a precisar de intervenções de algum tipo.
O INE refere que não foram registadas “diferenças significativas quanto ao estado de conservação dos edifícios, atendendo ao número de pisos”. “Ainda assim, os edifícios que não tinham necessidades de reparação representavam 72,2% dos edifícios com três pisos e 68,3% dos edifícios com sete ou mais pisos. Os edifícios com necessidades de reparação profundas representavam 6,8% dos edifícios com um piso, diminuindo para 0,6% nos edifícios com sete ou mais pisos”, assinala o instituto estatístico na sua análise aos Censos 2021.
Entre os alojamentos familiares clássicos, 3,3% estão em edifícios com necessidades de reparação profundas (197 066), sendo o valor mais elevado para a residência secundária (2,8%, 30 682 alojamentos) do que para a residência habitual (1,4%, 57 465 alojamentos). Entre os alojamentos familiares clássicos com necessidades de reparações profundas, 55,3% encontravam-se vagos e 29,2% estavam a ser utilizados como residência habitual.
Num debate após a apresentação do estudo, a diretora do Observatório da Habitação, do Arrendamento e da Reabilitação Urbana, Maria da Graça Igreja, registou que é importante que estes problemas sejam enfrentados e que deve haver um entendimento se estas necessidades são “mais intensas, se são menos intensas”.