Antes da pandemia, a ida ao cinema foi a atividade cultural com maior taxa de participação dos portugueses, mas o principal concorrente é a televisão, segundo um inquérito divulgado ontem, sobre as práticas culturais em Portugal.
O inquérito nacional foi feito pelo Instituto de Ciências Sociais, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian, e apresenta vários dados estatísticos sobre práticas e hábitos de consumo de Cultura pelos portugueses.
Um dos objetivos do estudo é “dar um contributo para a produção de políticas públicas inovadoras”, referem os coordenadores do trabalho, José Machado Pais Pedro Magalhães e Miguel Lobo Antunes.
Segundo o inquérito, “a ida ao cinema é a `grande locomotiva` da Cultura” em Portugal; a que regista a maior taxa de participação dos consumidores, comparando com outras atividades, como, por exemplo, ir a museus, a espetáculos ao vivo ou a uma biblioteca.
Com base nos resultados dos inquéritos realizados, os autores revelam que, nos 12 meses anteriores ao início da pandemia, 41% dos inquiridos disseram ter ido ao cinema. A maioria 59% – afirmou que nunca foi ao cinema nesse período.
Entre as razões apontadas para não irem mais vezes ao cinema estão a falta de tempo (25%), de interesse (22%), o preço elevado dos bilhetes (14%) e a não existência de cinemas na zona de residência (11,5%).
Há ainda outra justificação de relevo: vinte por cento dos inquiridos disseram poder ver “o filme em casa na televisão e noutros suportes digitais”.
Dos inquiridos que foram ao cinema, 82% eram jovens entre os 15 e os 24 anos. Apenas 8% dos inquiridos a partir dos 65 anos é que admitiram ir ao cinema.