Greve de motoristas dos CTT na central da Maia “ronda os 80%” – afirma sindicato

Foto: Google

Os motoristas dos CTT no Centro de Produção e Logística do Norte, na Maia, iniciaram esta terça-feira uma greve que “ronda os 80% de adesão e que se vai manter nos próximos dias”, anunciou fonte sindical.

Em declarações à agência Lusa, Samuel Vieira, do Sindicato Independente dos Correios, Telecomunicações, Transportes e Expresso de Portugal, explicou que a greve se deve “à posição inflexível da empresa para resolver problemas graves que se arrastam ao longo do tempo” e que têm, segundo o sindicalista, “afetado gravemente o bom desempenho de funções por parte dos trabalhadores”.

O dirigente sindical indicou que “os trabalhadores têm, diariamente, de se defrontar com a falta de preenchimento das escalas de serviço, com a falta de condições para descanso nos locais de destino das carreiras imobilizadas”, além da falta de “diferenciação no abono de ajudas de custo entre os trabalhadores de Lisboa e do Porto, e com a perseguição e assédio moral movido pela empresa, sobre alguns trabalhadores”.

Em resposta escrita enviada à Lusa, os CTT “esclarecem que, sem qualquer informação prévia, esta greve foi inesperada, tendo sido utilizado apenas um pré-aviso feito por alguns sindicatos no início deste ano”, acrescentando que a empresa “respeita o direito à greve dos trabalhadores da empresa e, quando existem paralisações”, diz, tudo fazer “para minimizar os possíveis impactos que possam ser causados”.

“Sobre as escalas de serviço, a empresa informa que essas escalas têm pontos de serviço, existindo nesses pontos reservas que avançam para execução dos pontos em falta por absentismo; no que toca às condições de descanso nos locais de destino, os CTT clarificam que não houve qualquer alteração ao que sempre foi praticado nos transportes, de acordo com a Lei e com o Acordo da Empresa”, refere a empresa.

Quanto às ajudas de custo, os CTT explicam que “estas são aplicadas a todos os trabalhadores de igual forma e de acordo com o que está estipulado no Acordo da Empresa em vigor”.
“Os CTT informam ainda que, sobre os referidos temas de perseguição e assédio moral, não têm qualquer conhecimento de nenhuma situação ou denúncia”, adianta a empresa.

O sindicalista Samuel Vieira disse que a adesão à greve, nos períodos entre as 04:30 e as 07:30 e entre as 15:00 e as 18:00, “rondou os 80% de adesão”, antecipando que assim continuará nos próximos dias da greve.

“A adesão foi forte e a greve vai continuar nos próximos dias nestes moldes e não há data para terminar, pois, da parte da empresa, não há respostas. Para já, a greve é só no Porto, mas há a possibilidade de se alargar a Lisboa”, sublinhou o dirigente sindical.

O sindicalista conta que esta greve vai provocar atrasos nas saídas dos motoristas da central da Maia para os centros de distribuição dos CTT, o que, no fim da linha, “irá causar atrasos nas entregas de correspondência e encomendas aos cidadãos”.

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