“Siga o Conselho e Compre no Conselho” é o mote principal do programa de apoio ao consumo local, “Maia + Local”, iniciado a 3 de maio e que decorre até final de junho.
Implementada pela Câmara Municipal da Maia, esta iniciativa já conta com a adesão de mais de 300 comerciantes e promete trazer mais clientes ao comércio maiato.
A regra é simples: basta gastar 15 euros num dos estabelecimentos aderentes ao “Maia + Local” e pedir contribuinte no final da compra. Depois é só esperar até ao final do concurso, altura em que serão sorteados prémios no valor total de 75 mil euros.
O Primeira Mão foi tentar perceber como é que este programa tem vindo a ser usufruído tanto por comerciantes, como por consumidores, após o primeiro mês de implementação. A reportagem foi realizada na primeira semana de junho.
“A Maia está deserta”
Júlio Andrade é gerente da cafetaria Massima e como forma de incentivar as pessoas ao consumo aderiu ao “Maia + Local”. O facto de a “Maia estar deserta” não ajuda, mas Júlio refere que, mesmo assim, o programa está a trazer alguns resultados e reconhece a sua utilidade, já que “manter esta, ou outras iniciativas no mesmo âmbito seria interessante” para a autarquia.
A esperança de mais receitas também levou Cecília Fonseca, gerente da Cicilipa (pronto-a-vestir), a aderir ao “Maia + Local”. Mas Cecília não sente que o objetivo esteja a ser cumprido na sua loja, pois os clientes da Cicilipa são “os habituais” e “as pessoas ainda estão muito por casa, ou não têm mesmo dinheiro para gastar”. Segundo ela, depois do primeiro confinamento as pessoas voltaram ao comércio “com mais facilidade”, mas “agora não estão tão recetivas e eu acho que é mesmo por falta de meios”.
A Cachemira (pronto-a-vestir) também se associou ao programa pelos mesmos motivos de atrair clientela. Susana é funcionária e considera que “as pessoas aderiram bem”, mas ao contrário de outros comerciantes, menciona que prolongar o “Maia + Local” não seria benéfico para a cidade da Maia, pois retiraria credibilidade à iniciativa.
“Muitas pessoas não conhecem a campanha”
Na Loja Sorriso, Natália Pinto refere que a iniciativa não trouxe muitos clientes ao estabelecimento. Para ela, o prolongamento do “Maia + Local” seria interessante “para as pessoas terem uma ideia melhor do que é o concurso”, pois muitas ainda não ouviram falar dele. E um dos motivos apontados que levam o cliente a desistir da iniciativa, na hora da compra, diz Natália, é o facto de ser exigido o número de identificação fiscal. “Quando falamos no contribuinte as pessoas não querem aderir”, explica.
O último estabelecimento visitado pelo Primeira Mão, no âmbito do “Maia + Local” foi a clínica da BodyConcept na Maia. Krystieli Pereira, proprietária, refere que a iniciativa é “muito válida porque os clientes acabam por ter um benefício”. O valor investido nos estabelecimentos “pode ser convertido em prémios, mas muitas pessoas “não têm conhecimento acerca da campanha”. Krystieli afirma que a iniciativa deveria ter uma “maior divulgação, para que os clientes se apercebam que ao concorrer podem ganhar prémios”.
Já antes da pandemia, a BodyConcept da Maia trabalhava exclusivamente por marcação. Algo que se manteve neste período e com cuidados redobrados. “Faseamos os tratamentos para não ter muita gente no mesmo horário e cada cliente tem o seu kit pessoal oferecido pela clínica”. Também a desinfeção constante de todo o material utilizado durante os tratamentos é uma ação rotineira na clínica.
E se na BodyConcept da Maia todos os cuidados necessários são postos em prática, os consumidores maiatos, no seu geral, também continuam a cumprir com as regras impostas pela DGS.
Em todos os estabelecimentos visitados, funcionários e proprietários elogiaram o comportamento cívico das pessoas em tempos pandémicos.